quarta-feira, 24 de abril de 2024

Richard Attenborough - “Dois Estranhos Um Destino” / “Shadowlands”


Richard Attenborough
“Dois Estranhos Um Destino” / “Shadowlands”
(Grã-Bretanha – 1993) – (131 min. / Cor)
Anthony Hopkins, Debra Winger, Edward Hardwicke, Joseph Mazzelo.

Quando em 1993 Richard Attenborough decidiu passar ao écran a história da relação entre o, hoje célebre, escritor C. S. Lewis (o autor das “Crónicas de Narnia”) e a poetisa americana Joy Gresham, invadiu decididamente o território do melodrama. Recorde-se que o cineasta é o autor de obras tão famosas e galardoadas como “Gandhi”, “Chaplin” (o seu melhor trabalho, onde Robert Downey Júnior possui a sua maior interpretação de sempre, merecedora de um Oscar), “Cry Freedom” / “Grita Liberdade”, “A Chorus Line” ou “A Bridge To Far” / “Uma Ponte Longe Demais”. Estamos assim perante um cineasta conhecido de todos, que convocou Anthony Hopkins e Debra Winger para protagonistas e poderemos dizer que a aposta foi de inteiro sucesso.


Iremos assim entrar nesse território de eleitos chamado Oxford, onde C. S. Lewis, professor catedrático, habita e dá aulas, tendo uma existência dividida entre a escrita das suas histórias infantis e as aulas, tendo ainda tempo para frequentar o pub local onde, na companhia dos colegas, discute temas de história e filosofia, sendo o irmão o confidente perfeito da sua rotineira vida, que um dia será abalada quando conhecer uma admiradora americana, a poetisa Joy Gresham (Debra Winger).


C. S. Lewis (Anthony Hopkins) mantém correspondência com a poetisa e um dia será surpreendido por ela, quando esta o informa que o irá visitar na companhia do seu pequeno filho, um leitor apaixonado das suas “Crónicas de Narnia”. Apanhado de surpresa pela beleza da poetisa irá ainda ficar mais surpreendido quando descobre que ela se encontra em fuga do seu país, enquanto decorre o seu pedido de divórcio, o que para o conservador C. S. Lewis é uma situação insustentável, mas será a criança, o jovem Douglas Gresham (Joseph Mazzelo), que o irá cativar, ainda mais, com as suas perguntas sobre as personagens de Narnia e quando um dia este descobre o célebre armário, no sótão da casa do escritor, perceberá com grande desgosto que ali não existe a célebre passagem para o território mágico de Narnia.


“Shadowlands” / “Dois Estranhos e Um Destino” irá assim tratar de uma história de afectos que se multiplica por diversas variantes, o escritor e a criança, a mãe e o filho, o escritor e a poetisa. História essa, que nos é contada por Richard Attenborough com uma mestria melodramática, evitando sempre cair no território da lágrima fácil ou nos excessos que por vezes convivem com o género, fruto também da contenção dos protagonistas, que vestem de forma perfeita a pele das personagens.


Joy Gresham nunca irá regressar aos Estados Unidos, começando a passar por diversas dificuldades económicas e C. S. Lewis, para escândalo dos seus colegas e família, irá acabar por se casar com ela para assim Joy poder obter a cidadania inglesa, mantendo-se apenas como amigo, cultivando um amor platónico que será alterado para sempre, quando ele descobre que a mulher que acolheu no seu seio possui pouco tempo de vida devido a uma doença terminal, que lhe está a minar o corpo. Entramos nesse território dos sentimentos no qual o escritor nunca mais irá esconder de ninguém o amor que possui por Joy Gresham, permanecendo ao seu lado até ao último minuto dos seus dias e prometendo-lhe que o jovem Douglas irá ter para sempre o pai que lhe faltou.


Iremos assim entrar nesse território de eleitos chamado Oxford, onde C. S. Lewis, professor catedrático, habita e dá aulas, tendo uma existência dividida entre a escrita das suas histórias infantis e as aulas, tendo ainda tempo para frequentar o pub local onde, na companhia dos colegas, discute temas de história e filosofia, sendo o irmão o confidente perfeito da sua rotineira vida, que um dia será abalada quando conhecer uma admiradora americana, a poetisa Joy Gresham (Debra Winger).


C. S. Lewis (Anthony Hopkins) mantém correspondência com a poetisa e um dia será surpreendido por ela, quando esta o informa que o irá visitar na companhia do seu pequeno filho, um leitor apaixonado das suas “Crónicas de Narnia”. Apanhado de surpresa pela beleza da poetisa irá ainda ficar mais surpreendido quando descobre que ela se encontra em fuga do seu país, enquanto decorre o seu pedido de divórcio, o que para o conservador C. S. Lewis é uma situação insustentável, mas será a criança, o jovem Douglas Gresham (Joseph Mazzelo), que o irá cativar, ainda mais, com as suas perguntas sobre as personagens de Narnia e quando um dia este descobre o célebre armário, no sótão da casa do escritor, perceberá com grande desgosto que ali não existe a célebre passagem para o território mágico de Narnia.


“Shadowlands” / “Dois Estranhos e Um Destino” irá assim tratar de uma história de afectos que se multiplica por diversas variantes, o escritor e a criança, a mãe e o filho, o escritor e a poetisa. História essa, que nos é contada por Richard Attenborough com uma mestria melodramática, evitando sempre cair no território da lágrima fácil ou nos excessos que por vezes convivem com o género, fruto também da contenção dos protagonistas, que vestem de forma perfeita a pele das personagens.


Joy Gresham nunca irá regressar aos Estados Unidos, começando a passar por diversas dificuldades económicas e C. S. Lewis, para escândalo dos seus colegas e família, irá acabar por se casar com ela para assim Joy poder obter a cidadania inglesa, mantendo-se apenas como amigo, cultivando um amor platónico que será alterado para sempre, quando ele descobre que a mulher que acolheu no seu seio possui pouco tempo de vida devido a uma doença terminal, que lhe está a minar o corpo. Entramos nesse território dos sentimentos no qual o escritor nunca mais irá esconder de ninguém o amor que possui por Joy Gresham, permanecendo ao seu lado até ao último minuto dos seus dias e prometendo-lhe que o jovem Douglas irá ter para sempre o pai que lhe faltou.


A terminar o filme o cineasta Richard Attenborough oferece-nos esse passeio mágico pelos campos fora, entre o escritor e a criança, como se ambos fossem pai e filho, a caminho do universo de Narnia. “Dois Estranhos Um Destino” surge assim como uma perfeita revisitação do melodrama.

Rui Luís Lima

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