sexta-feira, 19 de abril de 2024

Francis Ford Coppola - “O Padrinho III” / “The Godfather III”


Francis Ford Coppola
“O Padrinho III” / “The Godfather III”
(EUA – 1990) – (162 min. / Cor)
Al Pacino, Diane Keaton, Talia Shire, Andy Garcia,
Eli Wallach, Joe Mantegna, Sofia Coppola, Bridget Fonda.

A Paramount Pictures nunca se esqueceu do êxito que foi “O Padrinho” / “The Godfather” e a sua sequela “O Padrinho: Parte II” / “The Godfather: Part II”, que lhe encheu os cofres e se revelou um dos maiores sucessos de sempre destes famosos Estúdios Americanos.


E quando foi anunciado a feitura de mais um filme da Saga da família Corleone, as expectativas foram bastante elevadas, conseguindo Francis Ford Coppola cumprir em todas as vertentes cinematográficas, ao mesmo tempo que nos oferecia, uma montagem final genial onde iremos assistir ao derradeiro ajuste de contas e a respectiva passagem de testemunho entre Don Michael Corleone (Al Pacino) e o seu eleito Vincent Mancini (Andy Garcia).


Mais uma vez Al Pacino demonstrou ser o maior actor norte-americano vivo. Basta recordarmos a sua morte no final, possivelmente um dos mais belos momentos do cinema de Francis Ford Coppola, possuidor dessa solidão que o poder transporta sempre consigo.

O ambiente em Roma, onde se desenrolou a rodagem de “O Padrinho: Parte III” / “The Godfather: Part III” era no início um verdadeiro caos. A Máfia “controlava” ao longe as filmagens da película, chegando-se até a falar-se que alguns elementos da organização participaram como extras, para controlarem o que se passava no interior da produção.


Foi este o clima encontrado por Winona Ryder ao chegar a Roma para interpretar a figura de Mary Corleone, a filha do poderoso Padrinho, Don Michael Corleone, e poucos dias depois, a actriz viu-se a braços com o inevitável esgotamento nervoso. Johnny Depp, então seu “namorado”, ainda voou para Itália, mas de nada serviu a sua presença. E foi assim que Francis Ford Coppola, desesperado, se virou para a sua filha Sofia Coppola e lhe disse que ela seria a nova Mary Corleone.


O que se passou a seguir é de todos conhecido: a crítica da especialidade saudou a película efusivamente, excepto a interpretação de Sofia Coppola. Basta consultar-se a imprensa da época, nacional ou estrangeira e o resumo é sempre o mesmo: “ a sua interpretação é um verdadeiro desastre”, depois os anos passaram e Sofia Coppola não voltou a estar à frente de uma câmara, preferindo ficar na retaguarda e seguir o caminho traçado pelo pai, abraçando a realização cinematográfica.


A sua película de estreia como cineasta, “As Virgens Suicidas” / “The Virgin Suicides”, recolheu o aplauso unânime da crítica especializada e do público e rapidamente todos nos esquecemos da sua passagem pelo terceiro capítulo da Saga “O Padrinho” / “The Godfather”, uma das mais fabulosas obras da História do Cinema.

Convém sempre recordar que com o seu filme seguinte “O Amor é um Lugar Estranho” / “Lost in Translation”, Sofia Coppola cimentou decididamente a sua carreira como cineasta.


Em “O Padrinho: Parte III” / “The Godfather: Part III” iremos assistir à tentativa de Don Michael Corleone (Al Pacino) legitimar/branquear os seus negócios, usando diversas entidades ligadas ao Vaticano para atingir esse fim, mas os inimigos espreitam por todos os lados, para se apoderarem dos negócios, como iremos ver logo no início com a tentativa de assassinato de Michael Corleone (Al Pacino) levada acabo por Joey Zasa (Joe Mantegna), que possui ligações subterrâneas com entidades ditas legais, mas com actividades muito pouco transparentes.

Por outro lado Mary Corleone (Sofia Coppola) e Vincent Mancini (Andy Garcia) terão que esquecer e abdicar do seu romance, para bem dos interesses da família, tornando-se ele no escolhido por Don Michael Corleone, para o suceder, jurando-lhe fidelidade, numa sequência que marca a ruptura definitiva entre os dois jovens apaixonados.


No final, após a vitória no confronto derradeiro com os seus inimigos, Michael Corleone, irá gozar a sua velhice solitária, até a morte o ir buscar, num dos momentos mais sublimes do filme.
Francis Ford Coppola conseguiu com esta terceira película fechar com chave de ouro a inesquecível Saga da família Corleone.

Rui Luís Lima

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