terça-feira, 21 de maio de 2024

Todd Robinson - “Phantom – “Submarino Fantasma” / “Phantom”


Todd Robinson
“Phantom – “Submarino Fantasma” / “Phantom”
(EUA – 2013) – (98 min./Cor)
Ed Harris, David Duchovny, William Fichtner, Jason Beghe.

Todd Robinson pertence a essa geração de argumentistas do cinema norte-americano que consegue realizar os seus próprios projectos e se para muitos o seu nome nada diz, talvez se referirmos esse magnifico filme de Ridley Scott intitulado “Escola de Homens” / “White Squall”, que também possuía o mar como “paisagem”, somos de imediato conduzidos a um argumentista que sabe muito bem elaborar a “matéria prima” de que dispõe.


“Phantom – Submarino Fantasma”, baseado em factos considerados verídicos, conduz-nos até esse território nubloso da denominada Guerra-Fria entre as duas superpotências, estando a acção concentrada no lado soviético, na última missão de um submarino cujo destino é desconhecido do seu próprio comandante, o capitão Demi (Ed Harris numa fabulosa composição) .


Se nos recordarmos como esse fabuloso “Das Boot” / “A Odisseia do Submarino 96” de Wolfgang Petersen nos oferecia o ambiente claustrofóbico vivido no interior do submarino, assim como do excelente “Maré Vermelha” / “Crimson Tide” de Tony Scott, onde o confronto se revela um momento fulcral da película ou esse fabuloso, mas infelizmente esquecido, filme de Kathryn Bigelow “K-19” / “K-19: The Widowmaker”, que nos narrava a “odisseia” de um submarino nuclear soviético, poderemos afirmar que todos os momentos inesquecíveis destes três filmes se podem rever de forma perfeita na intriga deste magnífico “Phantom – Submarino Fantasma”, sendo de referir os agradecimentos no final dos créditos a Tony Scott.


Quando o espectador termina o visionamento de “Phantom – Submarino Fantasma” de Todd Robinson, certamente fica com uma interrogação: quantas vezes estivemos à beira de um conflito nuclear?

Rui Luís Lima

Neil Blomkamp - “Elysium”


Neil Blomkamp
“Elysium”
(EUA – 2013) – (109 min./Cor)
Matt Damon, Jodie Foster, Sharito Copley.

Muitas vezes se diz que o futuro é já amanhã e o cinema, através desse género cinematográfico denominado ficção-cientifica, tem conseguido incorporar uma certa visão do futuro, ao longo da sua existência, seguindo muitas vezes os passos dados por esse génio da Literatura chamado Jules Verne.


“Elysium” oferece-nos uma visão aterradora do futuro, com os habitantes do Planeta divididos entre ricos e pobres, em que os primeiros vivem no espaço rodeados de todas as comodidades e respirando saúde e na Terra os pobres vivem nas mais difíceis condições, atacados pelas mais estranhas doenças, mas sonhando com a possibilidade de partirem para Elysium, esse território “sagrado” dos afortunados da riqueza.


Depois de Francis Fukuyama ter “decretado” o “fim da História” ou, se preferirem, a vitória do neo-liberalismo e tendo em conta a forma como o universo é governado pelos Mercados (a jogarem ao negócio da dívida), essa entidade sem rosto que pode decidir o futuro, poderemos afirmar que “Elysium” é muito mais do que um filme de ficção-científica, é também um alerta para que este século XXI não transforme a ficção em realidade e perante este “covid” que nos governa e a triste criação de implantes “stayway”, que nos faz recordar a segregação e algumas teorias bem negras sobre a espécie a que pertencemos. “Elysium” bem merece ser (re)descoberto.

Rui Luís Lima

John Lee Hancock - “Ao Encontro de Mr. Banks” / “Saving Mr. Banks”


John Lee Hancock
“Ao Encontro de Mr. Banks” / “Saving Mr. Banks”
(EUA/Grã-Bretanha/Austrália – 2013) – (125 min./Cor)
Emma Thompson, Tom Hanks, Anne Rose Buckley.

Dois “pesos pesados” da interpretação oferecem corpo e rosto a duas personagens bem nossas conhecidas: Emma Thompson é P.L. Travers a autora de Mary Poppins e Tom Hanks é Walt Disney!


“Ao Encontro de Mr. Banks” / “Saving Mr. Banks” revela-nos a enorme arte destes dois actores, graças a um argumento inteligente e a uma realização de John Lee Hancock, que corresponde ao pretendido.

Rui Luís Lima

Alexandre Coffre - “Eyjafjallajökull: Dupla Catástrofe” / “Eyjafjallajökull”


Alexandre Coffre
“Eyjafjallajökull: Dupla Catástrofe” / “Eyjafjallajökull”
(França/Bélgica – 2013) – (92 min./Cor)
Dany Boon, Valérie Bonneton.

Pronunciar o título deste filme nem sempre é fácil, mas também tenho de confessar que escrever é bem difícil: devagarinho e a olhar para todas as teclas!

A dita cuja palavra é o nome de um vulcão na Islândia que, um dia, decidiu interromper o tráfego aéreo no Planeta Terra e levou estes pais, que têm a filha a casar-se numa dessas belas ilhas Gregas (recordam-se do filme "Mamma Mia"?), a terem enormes dificuldades para chegarem via terrestre até ao local desse belo acontecimento.


Quando os protagonistas de um filme se chamam Danny Boon e Valèrie Bonneton (a senhora grita muito), sabemos que temos perante nós dois dos maiores nomes da comédia francesa e mais uma vez o seu talento e naturalidade ficou bem comprovada neste filme hilariante, que vive essencialmente do seu enorme talento, já que eles nunca irão abandonar-nos ao longo da hora e meia de película.

Alexandre Coffre

Se necessita de uma pequena dose de humor para reforçar alguns momentos menos fáceis perante a pandemia que não nos larga a todos e não nos larga, este é o filme perfeito para ver e sorrir, não necessita de usar máscara!

Rui Luís Lima

Martin Scorsese - “O Lobo de Wall Street” / “The Wolf of Wall Street”


Martin Scorsese
“O Lobo de Wall Street” / “The Wolf of Wall Street”
(EUA – 2013) – (180 min./Cor)
Leonardo DiCaprio, Jonah Hill, Margot Robbie,
Matthew McConaughey, Kyle Chandler, Rob Reiner.


Quando Leonardo DiCaprio terminou de ler o livro “The Wolf of Wall Street”, escrito por Jordan Belfort que narrava, na primeira pessoa, a vida atribulada deste ex-corretor que, depois da famosa crise económica na América, viu o seu sonho de enriquecer ficar reduzido a pó, mas que renasceu das cinzas na década de noventa, do século xx, criando uma empresa que vendia acções de pequenas empresas de cotação muito reduzida no Mercado, mas cobrando 50% de comissão sobre o valor da mesma, porque tinha descoberto que um dos maiores desejos do ser humano é enriquecer, ficou fascinado e conseguiu convencer Martin Scorsese a realizar o filme.


Como não podia deixar de ser Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), ao vencer neste pântano, decidiu ir mais longe e enganar o IRS americano até que foi apanhado e condenado, mas a forma como tudo foi feito durante anos é contado de uma forma que irá deixar o espectador perplexo perante o mundo louco da finança em que o Planeta está mergulhado.


A interpretação de Leonardo DiCaprio está na ponta da navalha do inenarrável e se a linguagem utilizada poderá no início ser um convite a desligar o televisor, por favor não o faça, porque tudo aquilo que vai ver é baseado em factos reais (uma expressão que nos dias de hoje cativa imenso as audiências, tendo até levado os irmãos Coen a gozar com o assunto no final de “Fargo”) ou melhor, as imagens que irá encontrar são uma certa realidade do mundo louco em que vivemos e ao escrever isto, recordo-me da película “It’s a Mad Mad Mad Mad World” / “O Mundo Maluco” de Stanley Kramer, realizada em 1963, cujo tema é precisamente a ganância, que me seja perdoada a expressão e não se esqueçam da sequência do almoço entre Mark Hanna (Matthew McConaughey) e Jordan Belfort (Leonard Di Caprio) em que o primeiro fala de improviso de forma tão perfeita sobre a realidade do universo capitalista, que até Martin Scorsese se deixou cativar e nada cortou na montagem.

Jordan Belfort & Leonardo DiCaprio

“O Lobo de Wall Street” / “The Wolf of Wall Street” é um filme de Martin Scorsese, que retrata o universo de “Money, Sex and Drugs”, de forma inesquecível, que teve em Leonardo DiCaprio o grande impulsionador da película e nunca se esqueça que quem o vai trair será sempre a pessoa mais próxima de si, aquela em que sempre confiou, que o diga Júlio César!

Rui Luís Lima

Agnès Jaoui / Jean-Pierre Bacri - “E Viveram Felizes Para Sempre…?” / “Au bout du conte”


Agnès Jaoui / Jean-Pierre Bacri
“E Viveram Felizes Para Sempre…?” / “Au bout du conte”
(França – 2013) – (112 min./Cor)
Agnès Jaoui, Jean-Pierre Bacri, Agathe Bonitzer, Arthur Dupont.

Agnès Jaoui e Jean-Pierre Bacri constituíram um dos mais belos pares do cinema francês e quando nos ofereceram “Au bout du conte” / “E viveram Felizes Para Sempre”, que marcava o seu regresso à cidade de Paris, revelavam mais uma vez uma perfeita noção de “mise en scéne” como lhe chamava François Truffaut, ao mesmo tempo que a música mais uma vez surgia como protagonista ao lado do imaginário dos contos da nossa infância. Jean-Pierre Bacri infelizmente já nos deixou, recentemente, mas o seu cinema, fosse como actor ou argumentista continua a surpreender-nos em cada reencontro!

Rui Luís Lima

Christophe Offenstein - “Em Solitário” / “En Solitaire”


Christophe Offenstein
“Em Solitário” / “En Solitaire”
(França / Bélgica / Espanha – 2013) – (101 min./Cor)
François Cluzet, Samy Seghir, Virginie Efira.

Christophe Offenstein é um experiente director de fotografia, com mais de vinte anos de carreira, que aqui se estreia na realização de uma forma profundamente brilhante, não deixando os seus créditos por mãos alheias e com um sentido de “mise en scéne” encantador, já que iremos ter o actor François Cluzet na figura de Yann Kermadec, a ocupar o écran na sua luta com as ondas enquanto conduz o seu veleiro em redor do mundo, lutando contra as mais diversas adversidades, até surgir aquela que nunca lhe irá passar pela cabeça, depois de ter conseguido participar na célebre competição “The Vendée Globe” e se encontrar a escassos metros de terminar a prova e aqui iremos descobrir como certos valores terminam por falar mais alto.

Uma rodagem bem difícil!

“Em Solitário” / “En Solitaire” revela-se uma película inesquecível!

Rui Luís Lima

Peter Landesman - "Parkland"


Peter Landesman
"Parkland"
(EUA - 2013) - (93 min./Cor)
Marcia Gay Harden, Billy Bob Thornton, Paul Giamatti, Zach Efron.

Naquele dia em Dallas, o ambiente no "Parkland Hospital" era um dos mais tranquilos, nas ruas da cidade faziam-se os últimos preparativos para a chegada do Presidente John F. Kennedy, o FBI era dispensado da segurança, que fora entregue aos Srviços Secretos, chefiados por Forrest Sorrels (Billy Bob Thornton), o entusiasta de cinema amador Abraham Zapruder (Paul Giamatti) dispensou os funcionários e veio para a rua procurar o melhor local para filmar a passagem da caravana automóvel, já no "Parkland Hospital" a enfermeira Doris Nelson (Marcia Gay Harden), acompanhava o novato médico de serviço nas urgências Charles "Jim" Carriço (Zach Efron) desconhecendo ambos que nesse mesmo dia iriam receber dois homens baleados: John Fitzgerald Kennedy (Brett Stimely) e Lee Harvey Oswald (Jeremy Strong).


"Parkland" de Peter Landesman, que também é responsável pelo argumento, oferece-nos o retrato desse dia 22 de Novembro de 1963 de um ponto de vista bem diferente de tudo o que conhecemos até hoje no cinema, acompanhando o percurso de um conjunto de pessoas vulgares, mas também relatando o caos nas diversas forças de segurança: Policia de Dallas, FBI, Serviços Secretos e como o mundo esteve à beira de um conflito nuclear. Mas também temos a história de Lee Harvey Oswald, do seu irmão Robert Oswald (James Badge Dale), da sua mãe Margareth Oswald (Jacki Weaver), que afirmava que o filho trabalhava para os serviços secretos, da sua esposa russa e dos seus filhos.


"Parkland" oferece-nos um novo retrato do que sucedeu nesse dia fatídico em Dallas, convidando-nos a conhecer um outro lado dos acontecimentos e dos seus protagonistas, muitos deles já esquecidos e que aqui são recordados. A terminar de referir que Peter Landesman é também responsável pela película "Mark Felt - O Homem que Derrubou a Casa Branca", que recentemente passou no pequeno écran. "Parkland" respira cinema por todos os lados, com uma realização magnifica!

Rui Luís Lima

J. C. Chandor - “Quando Tudo Está Perdido” / “All Is Lost”


J. C. Chandor
“Quando Tudo Está Perdido” / “All Is Lost”
(EUA – 2013) – (106 min./Cor)
Robert Redford

O dia em que fixei o nome de J. C. Chandor, foi quando vi no cinema a película “O Dia Antes do Fim” / “Margin Call”, um espantoso retrato sobre o universo financeiro que governa este planeta, que tinha ainda um elenco de luxo constituído por Jeremy Irons, Kevin Spacey, Stanley Tucci, Paul Bettany, tudo actores de “primeira água”, bem acompanhados por Simon Baker (da série “O Mentalista”) e Zachary Quinto (fixem este nome), já nas senhoras tínhamos uma Demi Moore que surpreendia pela qualidade e Mary McDonnell.


Foi assim que fixei o nome de Jeffrey McDonald Chandor ou J.C.Chandor, como ele prefere e sempre que encontro “Margin Call” revejo o filme, que desde já recomendo a todos. Convém desde já referir que estamos perante um desses argumentistas/realizador, que tem dado excelentes provas quando passam à realização, criando já uma pequena “fornada” de cineastas e após ter visto “Quando Tudo Está Perdido” / “All Is Lost”, filme anterior a “Margin Call”, arrisco-me a chamar-lhe cineasta e digo isto porque J.C. Chandor realiza uma obra única neste século XXI cinematográfico, utilizando apenas um actor, chamado Robert Redford (porque não lhe deram um Oscar pelo seu desempenho neste filme é um mistério?), criando com enorme saber uma película, onde fica bem vincadas as origens do cineasta, oriundo do documentarismo.



Os últimos dias de um navegador que um dia acorda com o seu veleiro a ser atingido por um contentor que lhe faz um rombo no casco revela-se de uma estranha magia cinematográfica, fazendo-nos recordar muitas vezes esse homem e o mar que um dia Hemingway escreveu e se Ernest regressasse dos mortos e nunca tivesse escrito na vida, talvez esta história nascesse na sua escrita, porque em “All Is Lost” nunca saberemos o nome deste navegador, que na ficha técnica surge como “Our Man” e depois apenas lhe escutamos uma dúzia de palavras ao longo do filme, enquanto acompanhamos a sua luta pela sobrevivência e mesmo a origem da introdução em voz off que escutamos no início, iremos perceber mais tarde.

J. C. Chandor

“Quando Tudo Está Perdido” / “All Is Lost” realizado por J. C. Chandor é uma obra cinematográfica exemplar neste século XXI de “vacas bem magras”, onde o cinema anda pelas ruas da amargura, desconhecendo muitos até que ele um dia teve o cognome de Sétima Arte.

Rui Luís Lima

Joel Hopkins - “Golpe de Amor” / “The Love Punch”


Joel Hopkins
“Golpe de Amor” / “The Love Punch”
(Grã-Bretanha – 2013) – (94 min./Cor)
Pierce Brosnan, Emma Thompson, Timothy Spall, Celia Imrie.

Joel Hopkins pertence a essa nova categoria de argumentistas / realizadores que surgiu neste novo milénio e onde temos encontrado casos bem interessantes, sendo Joel Hopkins precisamente um bom exemplo disso mesmo, ao tornar-se uma surpresa com o seu filme de estreia “Jump Tomorrow”, para depois assinar o bem interessante e comovente “A Um Passo do Amor” / “Last Chance Harvey”, que juntava dois actores de que gostamos muito: Dustin Hoffman e Emma Thompson.


“Golpe do Amor” / “Love Punch” oferece-nos de novo Emma Thompson num dos protagonistas, desta feita numa interpretação bem diferente daquela que nos oferecera no magnífico “Last Chance Harvey”, revelando mais uma vez a sua versatilidade a navegar tanto no drama como na comédia. Já Pierce Brosnan também não deixa os seus créditos por mãos alheias e se até podemos encarar esta comédia como um belo divertimento, ela possui também um certo olhar bem amargo sobre este mundo em que vivemos, onde grandes empresas de um dia para o outro são absorvidas e aniquiladas, deixando um rasto de destruição conhecido como despedimento colectivo e encerramento, onde até os famigerados seguros de pensão se evaporam no ar, como nos é contado neste “The Love Punch”, só que desta feita os divorciados e mal-amados Richard e Kate elaboram um plano para tentarem recuperar a sua vida perdida.

Rui Luís Lima

Baz Luhrmann - “O Grande Gatsby” / “The Great Gatsby”


Baz Luhrmann
“O Grande Gatsby” / “The Great Gatsby”
(EUA/Australia – 2013) – (143 min./Cor)
Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Joel Edgerton.

Ao lermos Francis Scott Fitzgerald e o seu “The Great Gatsby” temos uma imagem de Gatsby, que no cinema irá ter o rosto de Robert Redford e por muitos esforços que façam e “remakes” que produzem, será sempre o filme de Jack Clayton, que permanece na nossa memória, mesmo sabendo que Alan Ladd em 1949, deu corpo e rosto à personagem saída da escrita talentosa de F. Scott Fitzgerald.

Rui Luís Lima

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Terrence Malick - "Os Noivos Sangrentos" / "Badlands"



Terrence Malick
"Os Noivos Sangrentos" / "Badlands"
(EUA - 1973) - 94 min./Cor)
Martin Sheen, Sissy Spacek, Warren Oates.

Terrence Malick - “A Essência do Amor” / “To The Wonder”


Terrence Malick
“A Essência do Amor” / “To The Wonder”
(EUA – 2012) – (112 min./Cor)
Ben Affleck, Olga Kurylenko, Javier Bardem, Rachel McAdams.

Terrence Malick invade com a sua câmara o território insondável do amor e da paixão, por vezes tão misterioso e repleto de armadilhas, construindo um belo poema cinematográfico.

Rui Luís Lima

Shari Springer Berman / Robert Pulcini - “A Minha Vida Dava Um Filme” / “Girl Most Likely”


Shari Springer Berman / Robert Pulcini
“A Minha Vida Dava Um Filme” / “Girl Most Likely”
(EUA – 2012) – (103 min./Cor)
Kristen Wig, Annette Bening, Matt Dillon.

Este casal de realizadores assinou em tempos o interessante “American Splendor”, mas este “Girl Most Likely” é demasiado medíocre e previsível, com um humor inenarrável, onde uma actriz com o talento de Annette Bening ou o sempre excelente Matt Dillon não conseguem salvar-se do naufrágio colectivo desta película.

Rui Luís Lima

Steven Spielberg - “Lincoln”


Steven Spielberg
“Lincoln”
(EUA/India – 2012) – (150 min./Cor)
Daniel Day.Lewis, Sally Field, David Strathaim.

Um dos projectos mais acalentados ao longo da vida por Steven Spielberg foi “Lincoln”, um filme que ele desejou fazer, talvez porque sempre amou o “Young Mr. Lincoln” / “A Grande Esperança” (1939) de John Ford, em que Henry Fonda dava rosto ao homem que um dia iria abolir a escravatura no Novo Mundo.


O ano de 2012 viu chegar esse filme magnífico, com um Daniel Day-Lewis a oferecer-nos uma excelente interpretação ao protagonizar esse Presidente dos Estados Unidos da América que acabaria por ser assassinado, mas que lutou contra tudo e contra todos, com uma das guerras civis mais sangrentas da história da humanidade entre mãos, mas que não desistiu, porque segundo o seu pensamento, todos os homens nascem livre.


Steven Spielberg conseguiu de forma bem realista contar-nos a história dessa luta, com uma boa direcção de actores, que nos faz recordar esse seu outro magnífico filme intitulado “Amistad”, sendo de referir que Daniel Day-Lewis, conquistou o Oscar mais uma vez, pela sua interpretação neste filme.

Rui Luís Lima

Brad Bird - “Missão Impossível: Operação Fantasma” / “Mission: Impossible – Ghost Protocol”


Brad Bird
“Missão Impossível: Operação Fantasma” / “Mission: Impossible – Ghost Protocol”
(EUA/Emiratos/Rép. Checa/Rússia/Índia/Canada – 2011) - (132 min./Cor)
Tom Cruise, Jeremy Renner, Paula Patton, Simon Pegg, Michael Nyqvist.

J. J. Abrams, o produtor deste filme e realizador da anterior película da série, entregou a Brad Bird (célebre pelos seus trabalhos na área de animação) a realização deste filme da já famosa série, com a rodagem a ser feita em diversos cantos do mundo.


Mais uma vez as cenas de acção são espectaculares e com emoção, mas o argumento falha pela escassez de palavras, assim como a simplicidade das mesmas, a cair muito no lugar-comum dos filmes de acção, sendo a ligação ao fabuloso filme anterior bastante primária.


No final, ficamos com saudades da “Missão Impossível” de Brian De Palma!

Rui Luís Lima

Francis Ford Coppola - “A Ilusão” / “Twixt”


Francis Ford Coppola
“A Ilusão” / “Twixt”
(EUA – 2011) – (88 min./Cor)
Val Kilmer, Buce Dern, Elle Fanning, Ben Chaplin.

“A Ilusão” / “Twixt”, com Val Kilmer no protagonista, possui um argumento nascido num sonho do próprio cineasta, transportando-o até às suas origens cinematográficas ou seja a essa época em que era um verdadeiro artífice nas Produções de Roger Corman.


Assim, Francis Ford Coppola convida-nos a seguir o percurso de um escritor em declínio, Hall Baltimore (Val Kilmer), que numa tournée de divulgação da sua última obra literária se vê envolvido no assassinato de uma jovem e, nessa mesma noite, será abordado por um fantasma chamado “V” (Elle Fanning), que lhe irá decifrar o mistério em que se encontra envolvido.

Rui Luís Lima

Carlos Saldanha - “Rio”


Carlos Saldanha
“Rio”
(EUA / Brasil – 2011) – (96 min./Cor)
Vozes: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, George Lopez.

Depois do surpreendente e divertido "A Idade do Gelo" / "Ice Age", Carlos Saldanha oferece-nos em "Rio" um maravilhoso filme de animação, que nos irá contar a estranha aventura de "Blu", que vivia tranquilo no Minnesota e que o "destino" levou até ao Rio de Janeiro em pleno período do Carnaval.
A magia da animação passa por aqui!

Rui Luís Lima

Oliver Parker - "O Regresso de Johnny English" / "Johnny English Reborn"


Oliver Parker
"O Regresso de Johnny English" / "Johnny English Reborn"
(Grã-Bretanha / EUA / França - 2011) - (101 min./Cor)
Rowan Atkinson, Rosamund Pike, Dominic West, Gillian Anderson.

Steven Spielberg - “Cavalo de Guerra” / “War Horse”


Steven Spielberg
“Cavalo de Guerra” / “War Horse”
(EUA/India – 2011) – (146 min./Cor)
Jeremy Irvine, Emily Watson, David Thewlis.

Após o insucesso de Tintin, o cineasta Steven Spielberg decidiu regressar ao realismo com o filme “Cavalo de Guerra” / “War Horse”, uma película bem assente na tradição do cinema britânico, onde iremos acompanhar a história de um cavalo, que é vendido para a cavalaria ao eclodir a Primeira Grande Guerra, levando o jovem Albert Narracolt (Jeremy Irvine) a alistar-se no exercito, na esperança de reencontrar o seu amado cavalo.


“Cavalo de Guerra” / “War Horse”, que infelizmente não foi bem recebido pelo público nem pela crítica, é uma daquelas películas que é urgente reavaliar, pois estamos perante uma produção sem mácula, que nos reenvia para esse maravilhoso cinema clássico, que atraía multidões às salas de cinema.


Steven Spielberg oferece-nos aqui uma das suas obras mais secretas, que é urgente redescobrir!

Rui Luís Lima

Tom Hanks - “Larry Crowe”


Tom Hanks
“Larry Crowe”
(EUA – 2011) – (98 min./Cor)
Tom Hanks, Julia Roberts, Sarah Mahoney.

Quando vimos escrito o nome de Tom Hanks, pensamos sempre nesse actor enorme do cinema norte-americano e nunca nos lembramos do realizador Tom Hanks que se estreou atrás da câmara na série de televisão “Contos de Arrepiar” / “Tales From The Crypt”, experiência essa já por cinco vezes repetida no pequeno écran.


Mas como é o Cinema o assunto em questão convém referir que a sua estreia como realizador para o grande écran surgiu quando decidiu homenagear os quatro de Liverpool, mais conhecidos por “The Beatles” na película “Tudo Por Um Sonho” / “That Thing You Do!” surgida em 1996 e que dava excelentes referências sobre as qualidades do conhecido actor.


Com este maravilhoso “Larry Crowe”, o realizador Tom Hanks, vai ainda mais longe, tendo participado na feitura do argumento e surgindo como protagonista ao lado de Julia Roberts, numa película sobre segundas oportunidades e esse desejo tão próprio do ser humano de sobreviver na selava da vida, ao procurar um objectivo que lhe ilumine os dias e lhe ofereça uma nova vontade de viver, terminando por a transmitir a todos os que o rodeiam, incluindo a sua descrente professora Mercedes Tairot (Julia Roberts).


“Larry Crowe” é uma película que bem merece ser (re)descoberta por todos!

Rui Luís Lima