terça-feira, 30 de abril de 2024

Atom Egoyan - “O Futuro Radioso” / “The Sweet Hereafter”


Atom Egoyan
“O Futuro Radioso” / “The Sweet Hereafter”
(Canada – 1997) – (112 min. / Cor)
Ian Holm, Caerthan Banks, Sarah Polley, Tom McCamus.

Atom Egoyan nasceu no Egipto, filho de pais Arménios, ambos pintores, mas ao contrário dos seus progenitores, o cineasta apaixonou-se pelo mundo teatral, tendo decidido ser dramaturgo, mas após realizar a sua primeira curta-metragem optou por seguir a via cinematográfica. Residindo no Canada, estreou-se com “Lust of a Eunuch” em 1977, desenvolvendo intensa actividade na televisão, durante a segunda metade dos anos oitenta, do século xx, e será com “Exótica” estreado em 1994, que todos iremos fixar o seu nome.


“O Futuro Radioso” / “The Sweet Hereafter”, realizado em 1997, revelou-se como uma das mais importantes películas do cineasta, tendo ganho três Prémios em Cannes, embora não tenha conquistado a tão ambicionada Palma de Ouro do Festival, ao mesmo tempo que seria nomeado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.


O filme fala-nos de uma tragédia ocorrida numa pequena cidade, quando um autocarro transportando crianças para a escola se despista e afunda no gelo, matando a maioria dos jovens passageiros. Ao longo da película Atom Egoyan irá dar-nos esse sentimento de perda vivido pela população, ao mesmo tempo que nos oferece o trabalho do advogado Mitchell Stevens (o fabuloso Ian Holmes), que investiga o acidente em busca de culpados, para obter a inevitável compensação financeira, para deste modo apaziguar a inevitável dor das famílias, que perderam os seus filhos.


Durante a investigação, iremos sabendo, a pouco e pouco, o que na verdade sucedeu, porque ninguém pretende retomar o luto e à medida que decorre o inquérito iremos perceber, que nem tudo se passou de acordo com o relatório das autoridades que investigaram o acidente. E quando Mitchell Stevens, recolhe o testemunho de uma das sobreviventes, a jovem Nicole Burnel (Sarah Polley), irá perceber que os seus esforços, irão trazer de novo o luto à comunidade, ao mesmo tempo que irá acordar fantasmas há muito enterrados por todos aqueles que iniciaram uma nova vida.


“O Futuro Radioso” / “The Sweet Hereafter” revela-se uma obra de uma sensibilidade esmagadora, fruto do trabalho do cineasta e de uma interpretação memorável de Ian Holmes, que nos deixa a todos a meditar sobre se vale a pena, criar mártires, em troca de uma compensação financeira, já que a pequena cidade e os seus habitantes, apenas pretendem colocar um ponto final nos acontecimentos e retomar a sua vida.

Rui Luís Lima

Woody Allen - “As Faces de Harry” / “Descontructing Harry”


Woody Allen
“As Faces de Harry” / “Descontructing Harry”
(EUA – 1997) – (96 min/Cor)
Woody Allen, Kristie Alley, Bob Balaban, Billy Cristal, Judy Davis,
Mariel Hemingway, Demi Moore, Robin Williams, Amy Irving.

O cinema de Woody Allen teve sempre no seu interior uma certa tendência autobiográfica, ao mesmo tempo que usou e abusou da psicanálise como elemento preponderante para analisar as suas personagens já que, por inúmeras vezes, iremos descobrir personagens a expor os seus problemas no divã do psicanalista.


Em “As Faces de Harry” / “Descontructing Harry” iremos conhecer o escritor Harry Block (Woody Allen), que se prepara para ir receber um Prémio Literário dado pela Universidade que em tempos frequentou e da qual foi expulso, descobrindo-se aqui a habitual mordacidade do cineasta.


Ao longo da viagem, que irá encetar a caminho da Universidade para receber o Prémio Literário, iremos conhecer a vida e obra do escritor Harry Block (Woody Allen a encetar uma luta diabólica contra o sexo feminino), que conhece como ninguém o célebre bloqueio literário, através de diversos segmentos em que ele se encontra com personagens nascidas da sua escrita, enquanto por outro lado iremos conhecer os diversos retratos que dele fazem as suas três ex-mulheres, que debitam um profundo veneno sobre o carácter de Harry Block, embora o escritor também não seja nada meigo quando nos fala delas.


Embora não seja um dos melhores filmes de Woody Allen o segmento em que nos apresenta a sua visão do inferno, com traços profundamente Fellinianos, é simplesmente memorável.

Rui Luís Lima

Paul Thomas Anderson - “Jogos de Prazer” / “Boogie Nights”


Paul Thomas Anderson
“Jogos de Prazer” / “Boogie Nights”
(EUA – 1997) – (155 min. / Cor)
Mark Wahlberg, Burt Reynolds, Julianne Moore, William H. Macy,
John C. Reilly, Heather Graham, Nina Hartley, Joanna Gleason.

Serão poucos os que se recordam de “Sydney” / “Hard Eight”, o primeiro filme realizado por Paul Thomas Anderson, estreado em 1996, mas se falarmos de “Jogos de Prazer” / “Boogie Nights”, surgido no ano seguinte, de imediato são inúmeros os que viram esta película, que aborda de forma directa a Industria do Cinema Pornográfico, na América, no final dos anos setenta e inícios de oitenta, do século xx, onde iremos acompanhar a ascensão de um jovem Californiano, Eddie Adams (Mark Wahlberg), no ramo cinematográfico, em virtude de possuir, não um talento enorme, mas sim de ser dono, dos atributos mais que necessários para triunfar no meio.


Paul Thomas Anderson realiza assim uma película cheia de coragem retratando esta indústria, que continua a facturar milhões de dollars por ano, em todos os seus aspectos, desde os financiadores, aos produtores, passando pelas estrelas. Por outro lado iremos descobrir Burt Reynolds a interpretar a figura de Jack Homer, que nos oferece a melhor interpretação de sempre da sua carreira, numa espécie de mentor, desse grupo que nos é dado a conhecer por Paul Thomas Anderson.


Ao seguirmos a carreira de Eddie Adams(Mark Wahlberg) cujo nome será mudado para Dirk Diggler, iremos perceber como são frágeis as vidas de todos os que por ali andam, convidados a caírem perdidamente, na tentação da droga, que irá arruinar a carreira do protagonista, assim como os dilemas das suas vidas, ao seguirmos o drama da estrela porno Amber Waves (Julianne Moore) na luta em tribunal pela custódia da filha.


O olhar de Paul Thomas Anderson, límpido, mas sem contemplações, veja-se logo no início da película a jovem que é vítima de “overdose”, oferece-nos sem rodeios a vida de alguns dos membros desta Industria, que atingiu o ponto alto da popularidade, entre a classe média, em meados dos anos setenta, do século xx, ao surgirem filmes como “Garganta Funda” / “Depp Throat”, “Por Detrás da Porta Verde” / “Behind The Green Door” e “O Diabo em Miss Jones” / “The Devil in Miss Jones”, nos cinemas, mas que rapidamente iria sofrer uma transformação, com a chegada do vídeo, ao mesmo tempo que desaparecia da maioria das salas de cinema e a classe média, terminava por desistir dela, após usufruir da novidade, preferindo a privacidade do lar para o seu visionamento, através do dvd e dos canais por cabo.


Paul Thomas Anderson realiza uma película que nos convida a acompanhar as vidas das suas personagens, sem qualquer pudor, mas evitando fazer qualquer juízo de intenções, preferindo contar-nos a história desta Indústria através da ascensão e queda dessa estrela conhecida no meio por Dirk Diggler, uma interpretação memorável de Mark Wahlberg ao lado dessa actriz fabulosa chamada Julianne Moore.


“Boogie Nights” / “Jogos de Prazer” de Paul Thomas Anderson oferece-nos um retrato da Indústria Porno, verdadeiramente surpreendente.

Rui Luís Lima

Jonathan Mostow - “Avaria no Asfalto” / “Breakdown”


Jonathan Mostow
“Avaria no Asfalto” / “Breakdown”
(EUA – 1997) – (83 min./Cor)
Kurt Russell, Kathleen Quinlan, J. T. Walsh.

Embora ainda com uma filmografia reduzida, Jonathan Mostow possui já o direito a usar o título de cineasta e basta recordar películas como “Submarino U-571” / “U-571”, “Exterminador Implacável 3 – Ascensão das Máquinas” / “Terminator 3: Rise of the Machines” ou o genial e visionário “Os Substitutos” / “Surrogates”, em que o futuro está já aí ao virar da esquina, para quem viu um destes filmes saber que Jonathan Mostow domina de forma perfeita a matéria cinematográfica, conseguindo a simbiose perfeita entre o filme de acção e o suspense, nunca caindo em efeitos especiais gratuitos.


Já neste “Avaria no Asfalto” / “Breakdown”, que possui excelentes interpretações, desde o mais secundário dos actores até aos protagonistas, oferece ao espectador um clima em que o suspense irá surgir através do efeito “bola de neve” que irá descer “a montanha”, à medida que vamos acompanhando a odisseia de Jeff Taylor (Kurt Russell), em busca da esposa desaparecida e quem já viajou de carro pelos “States” sabe bem que, muitas vezes, andamos horas e horas sem ver vivalma, apenas asfalto, terra ou deserto e os célebres restos de pneus de camiões que habitam esse território belo, mas por vezes inóspito, onde ninguém se cruza connosco na estrada.


Jonathan Mostow e este “Avaria no Asfalto” / “Breakdown” é a nossa sugestão para o filme de hoje e prepare-se para as emoções e não se esqueça nunca que, quando o seu carro se avariar, é preferível separar-se dele do que da sua mulher!

Rui Luís Lima

Jeremiah Chechik - “Diabólica” / “Diabolique”


Jeremiah Chechik
“Diabólica” / “Diabolique”
(EUA – 1996) – (127 min./Cor)
Sharon Stone, Isabelle Adjani, Chazz Palminteri.

O “remake” americano do célebre filme de Henri-Georges Cluzot, “Les diaboliques”, apesar da excelente prestação de Isabelle Adjani, revela-se um convite a conhecermos o original!

Rui Luís Lima

Woody Allen - "Toda a Gente Diz Que Te Amo" / "Everyone Says I Love You"


Woody Allen
"Toda a Gente Diz Que Te Amo" / "Everyone Says I Love You"
(EUA - 1996) - (81 min./Cor)
Woody Allen, Edward Norton, Drew Barrymore, Alan Alda, Tim Roth, Goldie Hawn.

Sandrine Veysset - "Será Que Vai Nevar no Natal?" / "Y'aura t'il de la neige à Noël?"


Sandrine Veysset
"Será Que Vai Nevar no Natal?" / "Y'aura t'il de la neige à Noël?"
(França - 1996) - (90 Min./Cor)
Dominique Reymond, Daniel Duval, Jessica Martinez.

Todos os anos, quando o Natal chega e as pessoas começam a atropelar-se no quotidiano, recordo-me deste filme intitulado “Será Que Vai Nevar no Natal?” / “Y’aura t’il de la neige à Noel?”, realizado por Sandrine Veysset que se revela um dos filmes mais comoventes sobre o amor de uma mãe aos seus filhos.


E depois temos uma interpretação memorável de Dominique Reymond, que nos deixa de coração despedaçado, perante a sua história e dos seus filhos, membros dessa "família" ignorada e invisível aos olhos da classe dominante. “Será Que Vai Nevar no Natal?” é um desses filmes que nos fica na memória para sempre!

Rui Luís Lima

Harold Becker - "A Sombra da Corrupção" / "City Hall"


Harold Becker
"A Sombra da Corrupção" / "City Hall"
(EUA – 1996) – (111 min./Cor)
Al Pacino, John Cusack, Bridget Fonda,
Martin Landau,, Danny Aiello, Tony Franciosa.

James Ivory - “Sobreviver a Picasso” / “Surviving Picasso”


James Ivory
“Sobreviver a Picasso” / “Surviving Picasso”
(EUA – 1996) – (125 min./Cor)
Anthony Hopkins, Natascha McElhone, Julianne Moore.

Possivelmente o filme mais esquecido de James Ivory que se encontra presentemente a passar num dos canais do cabo e que bem merece ser visitado, porque nos oferece uma das maiores interpretações de Anthony Hopkins ao oferecer-nos um Pablo Picasso inesquecível e depois temos sempre a bela Natascha McElhone a mais bela surpresa deste filme!

Rui Luís Lima

Andrew Davis - "Perseguição Diabólica" / "Chain Reaction"


Andrew Davis
"Perseguição Diabólica" / "Chain Reaction"
(EUA - 1996) - (107 min./Cor)
Keanu Reeves, Morgan Freeman, Rachel Weisz,

"Perseguição Diabólica" / "Chain Reaction" pretende ser um filme de acção e intriga política, realizado de acordo com as regras do género, cumpre e mais não se pede, porque perante o que se faz nos dias de hoje, esta película até termina a ser valorizada.

Rui Luís Lima

Julian Schnabel - “Basquiat”


Julian Schnabel
“Basquiat”
(EUA – 1996) – (107 min./Cor)
Jeffrey Wright, Michael Wincott, David Bowie, Benicio Del Toro.

Ao longo da sua vida, David Bowie sempre revelou um enorme interesse pelo cinema, para além da música pop, em que se revelou um nome incontornável e desde cedo surpreendeu quem o via na tela, tendo tudo começado precisamente na sua famosa estadia em Berlin, na década de setenta, quando esta cidade era um centro efervescente de novas tendências nas mais diversas áreas artísticas.


Uma das maiores interpretações de David Bowie no cinema, onde o famoso músico irá revelar os seus magníficos dotes de actor, será precisamente quando interpreta a figura de Andy Warhol no filme “Basquiat”, do cineasta e pintor Julian Schnabel. Recorde-se desde já que David Bowie está irreconhecível a interpretar o famoso Andy Warhol, conseguindo reproduzir os famosos gestos e a fala do artista, mantendo um duelo sobre o significado de Arte com o jovem Basquiat que fica na memória de todos aqueles que viram este magnifico filme.

Rui Luís Lima

Kenneth Branagh - “Hamlet”


Kenneth Branagh
“Hamlet”
(Grã-Bretanha / EUA – 1996) - (242 min/Cor; 150 min./Cor)
Keneth Branagh, Julie Christie, Derek Jacobi, Kate Winslet,
John Gielgud, Charlton Heston, Billy Crystal, Jack Lemmon, Judi Dench.

Com um elenco de luxo, esta adaptação de “Hamlet” (uma das mais famosas peças de William Shakespeare), feita por Kenneth Branagh, terminou por se esquecer como por vezes não chega transpor de forma fiel uma peça para o grande écran.

Rui Luís Lima

Richard Attenborough - “Em Amor e em Guerra” / “In Love and War”


Richard Attenborough
“Em Amor e em Guerra” / “In Love and War”
(EUA – 1996)
Sandra Bullock, Chris O’Donnell, Mackenzie Astin.

Um retrato do jovem Hemingway e o seu encontro com a Guerra e o Amor, matéria que anuncia o nascimento do futuro escritor.

Rui Luís Lima

Michael Bay - “O Rochedo” / “The Rock”


Michael Bay
“O Rochedo” / “The Rock”
(EUA – 1996) – (136 min./Cor)
Sean Connery, Nicolas Cage, Ed Harris.

Quem passa por aqui e tem a paciência de ler alguns dos textos, já percebeu que Michael Bay não é propriamente um cineasta que me tem surpreendido pela positiva, no entanto este “The Rock”, fruto de dois actores chamados Sean Connery e Ed Harris, para além dos diversos secundários que os rodeiam, transformam esta película no melhor trabalho assinado por Michael Bay.

Rui Luís Lima

Neil Jordan - “Michael Collins”


Neil Jordan
“Michael Collins”
(EUA/Grã-Bretanha/Irlanda – 1996) – (133 min./Cor)
Liam Neeson, Aidan Quinn, Julia Roberts, Ian Hart, Alan Rickman, Stephen Rea.

O cineasta Neil Jordan, ao lançar-se na produção deste filme que retrata a luta pela independência da Irlanda e um dos seus obreiros, Michael Collins, terminou por nos oferecer um fresco histórico memorável!

Rui Luís Lima

Rob Cohen - “Dragon Heart: Coração de Dragão” / “DragonHeart”


Rob Cohen
“Dragon Heart: Coração de Dragão” / “DragonHeart”
(EUA – 1996) – (103 min./Cor)
Dennis Quaid, Sean Connery, David Thewlis, Dina Leyer.

Um certo universo da fantasia habita este filme realizado por Rob Cohen, em que nos cruzamos com uma estranha aliança entre um caçador de dragões e um digno representante da espécie, que no filme possui a famosa voz de Sean Connery, em luta contra o mal, sendo precisamente os diálogos entre ambos e a famosa voz/sotaque do actor escocês, que infelizmente já nos deixou, que terminam por ser uma mais-valia nesta película.

Rui Luís Lima

Jane Campion - “Retrato de Uma Senhora” / “The Portrait of a Lady”


Jane Campion
“Retrato de Uma Senhora” / “The Portrait of a Lady”
(Grã-Bretanha/EUA – 1996) – (144 min./Cor)
Nicol Kidman, John Malkovich, Barbara Hershey.

Por razões que a própria razão desconhece o filme menos valorizado da filmografia de Jane Campion é “The Portrait of a Lady”/”Retrato de Uma Senhora”, baseado no conhecido romance de Henry James.


E se por um lado temos essa relação tenebrosa entre as personagens interpretadas por Nicole Kidman e John Malkovich , por outro a Madame Serena Merle, criada por Barbara Hershey é na verdade inesquecível! Um filme que bem merece ser redescoberto!

Rui Luís Lima

Francis Ford Coppola - “Jack”


Francis Ford Coppola
“Jack”
(EUA – 1996) – (113 min./Cor)
Robin Williams, Diane Lane, Brian Kerwin, Jennifer Lopez.

Francis Ford Coppola, ao assinar a feitura de “Jack” com Robin Williams no protagonista, conseguiu surpreender os seus fans com esta história de uma criança que possui envelhecimento precoce, embora tenha apenas dez anos no B.I., num corpo de quarenta anos.


“Jack” terminou por se transformar mais num filme do famoso actor, que mais uma vez brilhava com a sua memorável interpretação, do que num filme com a famosa assinatura Coppola. Considerado por alguns como um filme menos, este “Jack” bem merece ser reavaliado tendo em conta a forma como o cineasta sempre olhou para o universo da infância.

Rui Luís Lima

Brian Levant - "O Tesouro de Natal" / "Jingle All The Way"


Brian Levant
"O Tesouro de Natal" / "Jingle All The Way"
(EUA - 1996) - (89 min./Cor)
Arnold Schwarzenegger, Sinbad, Phil Hartman.

Se os seus filhos desejarem ter o célebre “Turbo Man”, não deixem a compra para o último dia, como fez Howard Langston (Arnold Schwarzenegger), se o decidirem fazer vejam o que lhes poderá acontecer!

Rui Luís Lima

Alan Parker - “Evita”


Alan Parker
“Evita”
(EUA – 1996) – (135 min./Cor)
Madonna, Jonathan Pryce, Antonio Banderas.

Alan Parker, ao realizar “Evita”, proporcionou a Madonna a oportunidade de ela demonstrar os seus dotes como estrela de cinema. O filme é muito mais do que um romance histórico, como todos sabemos e a banda sonora contou com uma Madonna ao seu melhor nível, já a sua interpretação ao lado de António Banderas e Jonathan Price é soberba, não deixando indiferente o mais comum dos mortais, tal é a forma como ela entra na personagem de Eva Peron, a célebre Evita, imortalizada no Teatro pela dupla Andrew Lloyd Weber e Tim Rice, que veriam o seu trabalho no cinema reconhecido com o Oscar.


Mas Madonna foi esquecida pela Academia de Hollywood, ao contrário do que muitos pensaram ao verem o filme de Alan Parker, deixando inevitavelmente a actriz destroçada pelas opções da Academia de Hollywood.

Rui Luís Lima

Rob Cohen - “Pânico no Túnel” / “Daylight”


Rob Cohen
“Pânico no Túnel” / “Daylight”
(EUA – 1996) – (114 min./Cor)
Sylvester Stallone, Amy Brenneman, Viggo Mortensen.

Muitos cinéfilos, quando encontram o nome de Sylvester Stallone no cartaz “torcem o nariz”, mas no que diz respeito a este filme realizado por Rob Cohen é profundamente errado, porque temos suspense, acção, catástrofe em doses certas, fazendo deste “Daylight” um bom exemplo do denominado cinema catástrofe, que sendo um sub-género cinematográfico, possui películas bem interessantes, como sucede com este “Pânico no Túnel”!

Rui Luís Lima

Vicente Aranda - “Libertárias”


Vicente Aranda
“Libertárias”
(Espanha, Itália, Bélgica – 1996) – (125 min./Cor)
Victoria Abril, Ana Belém, Ariadna Gil, Loles Léon.

Muitas vezes dizemos que há excelentes documentários a retratar o que foi a antecâmara da Segunda Guerra Mundial, também conhecida como a Guerra Civil de Espanha e por vezes esquecemo-nos de filmes que bem merecem ser revistos ou redescobertos como sucede com este fabuloso “Libertárias”, realizado por Vicente Aranda em 1996.


“Libertárias” proporcionou ao cineasta a conquista de dois Goyas, sendo sempre de destacar o conjunto das interpretações das actrizes que dão corpo às personagens que interpretam, para além de uma reconstituição histórica digna de nota e que torna esta película inesquecível!

Rui Luís Lima

Harold Ramis - “Os Meus Duplos, a Minha Mulher e Eu” / “Multiplicity”


Harold Ramis
“Os Meus Duplos, a Minha Mulher e Eu” / “Multiplicity”
(EUA – 1996) – (117 min./Cor)
Michael Keaton, Andie MacDowell, Zack Duhame.

Nunca um título de um filme foi tão perfeito como este “Multiplicity”, embora o título em Portugal se tenha traduzido por uma multiplicidade de palavras, não invalidando tal dizer que estamos perante uma divertida comédia, onde Michael Keaton nos revela todo o seu talento ao compor diversas personagens da mesma pessoa. Doug Kinney é um desses trabalhadores cuja vida é completamente absorvida pelo trabalho, não tendo tempo para nada, afectando assim a sua própria vida familiar e um dia decide aceitar participar numa experiência cientifica, que irá criar um seu clone, obtendo assim esse precioso tempo que tanto ambiciona, já que irá deixar o seu duplo no local de trabalho. Tudo corre tão bem que repete a experiência por mais duas vezes, até que na última experiência o clone trás defeito!


A forma como se desenrola esta hilariante comédia e as interrogações que abalam a sua esposa (Andie MacDowell), que cada vez o acha mais diferente, consoante o clone do marido com quem está, conduzem-nos a territórios de alta comédia, fazendo-nos recordar os saudosos clássicos.

Rui Luís Lima

Budd Boetticher - "Luta Sem Tréguas" / "Westbound"


Budd Boetticher
"Luta Sem Tréguas" / "Westbound"
(EUA - 1958) - (72 min./Cor)
Randolph Scott, Virginia Mayo, Karen Steele.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Stephen Herek - “101 Dálmatas” / “101 Dalmatians”


Stephen Herek
“101 Dálmatas” / “101 Dalmatians”
(EUA – 1996) – (103 min./Cor)
Glenn Close, Jeff Daniels, Joely Richardson.

Muitos de nós ainda se recordavam do famoso filme de animação “Os 101 Dálmatas”, saído dos Estúdios Disney no ano de 1961 (embora o escriba o tenho visto alguns anos depois), e quando se falou em recuperar o filme para as novas gerações, mas com personagens de “carne e osso”, muitos pensaram que se tratava de uma aposta perdida.


Mas sucedeu precisamente o contrário, porque os actores escolhidos, o sempre brilhante Jeff Daniels e a bela Joely Richardson, estão perfeitos no papel e depois temos a temível Cruella De Vil (fabulosa Glenn Close) e esse perfeito bando de ladrões desastrados criado Hugh Laurie e Mark Williams (o Father Brown da famosa série da BBC, não sei se estão a seguir?), por outro lado a articulação que o cineasta Stephen Herek conseguiu obter com os diversos animais que surgem no écran revela-se como algo de bem mágico, tanto para os adultos, como para as crianças.


”101 Dálmatas” é uma dessas películas que nos convidam a mergulhar na nossa infância e se tivermos filhos a levá-los connosco até esse território maravilhoso chamado Cinema!

Rui Luís Lima

Michael Hoffman - “Um Dia Em Grande” / “One Fine Day”


Michael Hoffman
“Um Dia Em Grande” / “One Fine Day”
(EUA – 1996) – (108 min./Cor)
Michelle Pfeiffer, George Clooney, Mae Whitman.

Uma das minhas actrizes favoritas chama-se Michelle Pfeiffer e a sua filmografia é um verdadeiro colar de pérolas, mas se perguntarmos ao público anónimo, consumidor de televisão e de filmes em dvd, o nome do filme mais vezes visto, a resposta recai certamente em “Um Dia em Grande”/”One Fine Day”.


As razões prendem-se no facto de a dupla feita com George Clooney ser perfeita, ao mesmo tempo que esta deliciosa película surge como a ideal para toda a família, possuindo todos os ingredientes necessários para satisfazer o espectador(a).


Na verdade esta comédia romântica, dirigida por Michael Hoffman, obteve um sucesso surpreendente. Quem não conhece o filme? Muito poucos e somos obrigados a confessar que esta película, que se apresenta como “ligeira”, vai beber a sua magia com enorme sabedoria, na tradição clássica de Hollywood e nesse nome incontornável chamado Frank Capra. Estamos perante uma comédia própria para todas as estações da vida!

Rui Luís Lima