domingo, 14 de abril de 2024

Robert Harmon - “Terror na Auto-Estrada” / “The Hitcher”


Robert Harmon
“Terror na Auto-Estrada” / “The Hitcher”
(EUA - 1986) - (97 min. / Cor)
Ruther Hauer, C. Thomas Howell, Jennifer Jason-Leigh.

Quando Steven Spielberg realizou "Duel"/"Um Assassino Pelas Costas", desconhecia-se que tinha nascido o "wonder-boy" do cinema americano. E falamos em Spielberg porque Robert Harmon, cineasta oriundo e “residente na TV”, construiu com "Terror na Auto-Estrada" / “The Hitcher” um dos mais conhecidos “cult-movies” das últimas décadas, onde a emoção se encontra na passagem de cada fotograma.


Os Estúdios que nunca deixam passar nada ao lado, no que toca a receitas/audiências criou o “remake”, mas a falta de Rutger Hauer (o assassino) e do próprio Robert Harmon, demonstraram bem que são eles os detentores do sucesso da película. Aliás, em 2003, Jorg Bauer juntou intérpretes e cineasta, realizando o excelente documentário "The Hitcher – How Do These Movies Get Made".

Jim Halsey (Thomas Howel) quando parou a sua viatura e ofereceu boleia a John Rider (Rutger Hauer) desconhecia que tinha acabado de entrar no maior pesadelo da sua ainda curta vida, nascendo um duelo mortífero com um homem, cuja identidade e razão de existência se tornam isentos de dados, que originem a criação do perfil psicológico do assassino.


John Rider vive em busca do herói que lhe faça frente e o entregue definitivamente ao sossego eterno. Na sua viagem pelo território mortífero de deserto texano, Jim Halsey (Thomas Howel) encontra Nash (Jennifer Jason Leigh) que o irá ajudar, pagando com a própria vida o seu auxílio.

Filme de emoções fortes, "Terror na Auto-Estrada" / “The Hitcher” possui cenas inesquecíveis para o imaginário cinéfilo, de tal forma que alguns ainda se recordam do filme quamdo entram numa casa de hamburguers.


O “cult-movie” de Robert Harmon foi a grande oportunidade de Thomas Howell se afirmar como actor da primeira divisão, mas este "marginal" de Francis Ford Coppola acabou por deixar fugir a oportunidade, apesar de muitos anos depois participar no “remake”, sem espessura, que foi realizado. Já Rutger Hauer revela aqui, mais uma vez, todo o seu valor, como o grande actor que sempre se revelou. E não falamos só dos seus filmes de acção, mas também dessa pérola desconhecida intitulada "A Lenda do Santo Bebedor" ou o esquecido “Mulher Entre cão e Lobo” de André Delvaux.

Quanto a Jennifer Jason Leigh, na época em que foi rodada a película a viver com o Rutger Hauer, dá boa conta do recado, embora ainda longe das personagens psicóticas com que deu nas vistas.


Robert Harmon desde 2005 que se "retirou-se", para o pequeno écran, mas deixou-nos este fantástico “cult-movie”, para além de outras películas, para nunca nos esquecermos como no cinema se pode criar emoção e suspense, agarrando o espectador à cadeira e sem necessitar de usar os efeitos especiais e a uma banda sonora repleta de sonoridades explosivas como personagem.

Rui Luís Lima

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