terça-feira, 7 de maio de 2024

Hayao Miyazaki - "A Viagem de Chihiro" / "Sem To Chihiro No Kamikakushi"


Hayao Miyazaki
"A Viagem de Chihiro" / "Sem To Chihiro No Kamikakushi"
(Japão/EUA – 2001) – (125 min. - Cor)

Nos dias de hoje a tecnologia e a animação por computador invadiram decididamente o cinema de animação, oferecendo novos universos a este género cinematográfico. Mas, se olharmos o passado, somos forçados a reconhecer em Walt Disney o grande génio deste segmento cinematográfico, um homem que, melhor do que ninguém, amou e transformou de forma mágica o cinema de animação, dando ao mundo obras-primas inesquecíveis. Se hoje em dia tentarmos descobrir um herdeiro de Walt Disney, iremos encontrá-lo não em território americano, como inicialmente se poderia pensar, mas sim no Japão, sendo o seu nome Hayao Miyazaki.


As películas do Mestre Japonês são sempre repletas de uma sensibilidade e encantamento, bem cativantes do universo infantil e juvenil, mas Miyazaki possui um segredo bem conhecido de todos, porque, na sua aparente simplicidade, a sua Arte é de tal forma complexa, conseguindo atrair de forma exemplar também os adultos para os seus filmes, já que estes filmes oferecem uma outra leitura para os mais velhos, conseguindo desta forma atrair uma enorme massa de espectadores, sem nível etário. Por esta mesma razão, o sucesso de cada nova película termina sempre por ultrapassar, em termos de bilheteira, o filme realizado anteriormente, oferecendo sempre novos motivos de interesse para o espectador mergulhar, fascinado, no interior da sua obra exemplar, fruto do trabalho deste Autor, no verdadeiro sentido da palavra, já que o seu traço é inconfundível.


“A Viagem de Chihiro” / “Sem to Chihiro no Kamikakushi” é uma das suas grandes obras-primas, que mais uma vez surpreendeu o mundo, conquistando o Óscar de Hollywood para o Melhor Filme de Animação, assim como o Urso de Ouro do Festival de Berlim, entre outros prémios.


Chihiro encontra-se em viagem na companhia dos seus pais e quando o automóvel atravessa um túnel bastante sombrio, termina por desembocar num território onde descobrem uma cidade aparentemente abandonada, mas o mistério ronda inevitavelmente por ali, como percebe de imediato a pequena Chihiro.


Os pais da jovem entram num restaurante, onde belos acepipes os aguardam e, não resistindo, comem até não puderem mais, terminando por se transformarem em porcos. Chihiro teme de imediato o pior e ao cair da noite a cidade fantasma é invadida por espíritos, que surgem nas mais diversas formas, todos eles um pouco malignos e brincalhões, porque são verdadeiros diabretes, mas a pequena Chihiro irá descobrir no meio deles Haku, que se distingue pela sua bondade, terminando por conhecer Yubaba, o verdadeiro líder da cidade fantasma, mas perante a bondade e ingenuidade da pequena Chihiro a bruxa irá perceber como aquela jovem, de coração de ouro, na sua infinita bondade, só pretende regressar ao seu pequeno universo, na companhia dos pais que tanto ama.


“A Viagem de Chihiro” / “Sem to Chihiro no Kamikakushi” oferece-nos uma palete de cores profundamente mágica e o traço dos desenhos é verdadeiramente fascinante, cativando o mais comum dos espectadores, já que esse mundo composto de espíritos bem brincalhões encontra-se repleto do saber único de Hayao Miyazaki, oferecendo-nos um argumento de uma originalidade inconfundível, transformando “A Viagem de Chihiro” numa maravilhosa pérola cinematográfica, tanto para miúdos como graúdos.

O universo do cineasta japonês é decididamente o mais fascinante da actualidade revelando-se como o herdeiro perfeito do Mágico Walt Disney.

Rui Luís Lima

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