terça-feira, 16 de abril de 2024

Mike Hodges - “Os Guerrilheiros da Sombra” / “A Prayer for the Dying”


Mike Hodges
“Os Guerrilheiros da Sombra” / “A Prayer for the Dying”
(Grã-Bretanha – 1987) – (107 min./Cor)
Mickey Rourke, Bob Hoskins, Alan Bates.

O cineasta Mike Hodges tem dividido a sua actividade entre a televisão e o cinema e em 1987 irá realizar este interessante filme intitulado “Os Guerrilheiros da Sombra” / “A Prayer for the Dying”, desconhecendo o que o futuro iria reservar a esta película, que teria como protagonista o então já polémico actor norte-americano Mickey Rourke, ao lado de dois pesos pesados do cinema britânico: Alan Bates e Bob Hoskins.


Mickey Rourke interpreta a figura de um ex-guerrilheiro do IRA que, após um atentado contra uma coluna do exército britânico falha o objectivo, em virtude de um autocarro escolar ter ultrapassado essa mesma coluna militar, passando por cima das minas destinadas aos “british”, provocando assim a perda de vidas inocentes.


Após os trágicos acontecimentos, o guerrilheiro Martin Fallon (Mickey Rourke) refugia-se em Londres para partir para a América e ao fazer um último “trabalho” num cemitério, termina por ser “vítima” de uma testemunha ocular, o padre Michael da Costa (poderosa interpretação de Bob Hoskins), mas o guerrilheiro irá utilizar o célebre segredo da confissão para manipular o padre e o impedir de o denunciar às autoridades.


Porém a realidade irá tornar-se bastante complexa para o actor, porque precisamente após a feitura do filme de Mike Hodges, os atentados do IRA intensificam-se e em plena conferência de Imprensa no Festival de Cannes, onde o filme será apresentado, o actor confessa-se como apoiante do movimento irlandês e sendo bastante conhecido dos Media pelos seus comportamentos ora violentos e provocadores nas declarações ou então usando o silêncio como estratégia, termina por se tornar arrogante e inevitavelmente considerado “persona non grata” pelas autoridades britânicas, o que nada invalida de referir a eficácia como Mike Hodges realiza este filme, que bem merece ser retirado do esquecimento em que se encontra.

Rui Luís Lima

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