segunda-feira, 15 de abril de 2024

Eric Rohmer - “O Amigo da Minha Amiga” / “L’Ami de mon amie”


Eric Rohmer
“O Amigo da Minha Amiga” / “L’Ami de mon amie”
(França – 1987) – (103 min. / Cor)
Emmanuelle Chaulet, Sophie Renoir,
Anne-Laure Meury, Eric Viellard, Françoi-Eric Gendron.

“O Amigo da Minha Amiga” / “L’Ami de mon amie” é o último capítulo da série “Comédias e Provérbios”, mas na realidade trata-se de um verdadeiro conto moral, que se integra perfeitamente na primeira série de películas de Eric Rohmer, cujo título genérico é precisamente “Contos Morais”.


O sempre jovem e imortal cineasta francês narra-nos a história da amizade entre duas jovens, Blanche (Emmanuelle Chaulet), que trabalha na Mairie e a jovem Léa (Sophie Renoir), que se encontra a estagiar na área de informática. Após o encontro, Léa convida Blanche para irem até à piscina e aí vão encontrar o sedutor Alexander (François-Eric Gendron), um engenheiro, cuja última conquista é uma estudante de Arte de seu nome Adrienne (Anne-Laure Meury). Como não podia deixar de ser, Blanche fica fascinada por Alexander, enquanto a sua amiga termina por lhe apresentar Fabien (Eric Viellard), seu namorado, com quem mantém uma relação à beira do precipício.


Partindo do mote “os amigos dos meus amigos, meus amigos são”, Eric Rohmer conta-nos uma maravilhosa história de encontros e desencontros entre este quarteto constituído por Blanche, Léa, Alexander e Fabien, no qual a jovem Blanche irá viver os imponderáveis da paixão. Se Léa termina por romper com Fabien, já a relação de Blanche com Alexander nunca chegará a concretizar-se, devido ao medo e indecisões da jovem em dar o passo inicial, terminando por no final da película cair nos braços de Fabien, mas desistindo posteriormente de continuar a relação com ele, por causa da sua amizade com Léa.


Rohmer irá conduzir todos eles a porto seguro num derradeiro encontro, bastante inesperado, em que viremos a saber que Léa anda com Alexander e assim Blanche vê-se finalmente liberta das suas convenções morais e confessa o seu amor a Fabien.


“O Amigo da Minha Amiga” é um perfeito retrato das relações humanas existentes nos anos oitenta do século xx, demonstrando mais uma vez, Eric Rohmer todo o seu saber, ao nos oferecer um conjunto de diálogos verdadeiramente saborosos, que são mais uma vez o espelho do excelente argumentista que ele sempre se revelou. Por outro lado o cineasta oferece-nos o seu conhecido olhar naturalista, ao mesmo tempo que trabalha, como é seu hábito, com uma pequena equipa na produção do filme, demonstrando assim, mais uma vez, toda a sua arte cinematográfica.

Rui Luís Lima

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