Danny Boyle
“Trainspotting”
(Grã-Bretanha – 1996) – (94 min. / Cor)
Ewan McGregor, Ewen Bremmer,
Johnny Lee Miller, Kevin McKidd, Robert Carlyle.
O cineasta Danny Boyle, um nome hoje em dia bem conhecido de todos, após o sucesso de “Quem Quer Ser Milionário?” / “Slumdog Millionaire?”, numa das mais inesquecíveis noites dos Oscars, iniciou o seu trabalho na televisão em 1987, tendo por ali andado até 1994, ano em que assinaria o bem curioso “Pequenos Crimes Entre Amigos” / “Shallow Grave”, para dois anos depois levar ao grande écran a obra de Irvine Welsh, “Trainspotting”, que se iria tornar num verdadeiro fenómeno de bilheteira, onde irão brilhar os actores Ewan McGregor e o fabuloso Robert Carlyle, compondo a inesquecível figura desse psicopata em eterno conflito com o mundo, ou se preferirem com todos aqueles que o rodeiam.
“Trainspotting” situa a sua acção em Edimburgo oferecendo-nos a vida de um grupo de toxicodependentes com uma paixão avassaladora pela heroína, onde se irá destacar Renton (Ewan McGregor) o narrador da história, que iremos acompanhar ao longo do filme, conhecendo as suas pequenas desgraças e alucinações memoráveis, ficando célebre o seu mergulho nessa sanita pouco recomendável, para recuperar a droga perdida, numa sequência, que irá marcar o filme e que não se recomenda a espectadores sensíveis.
Renton (Ewan McGregor), Spud (Ewen Bremen) o traficante Sick Boy (Johnny Lee Miller) e Tommy (Kevin McKidd) formam um quarteto inesquecível, que ultrapassou há muito o abismo, convivendo no seu interior num eterno conflito harmonioso, pontuado de forma perfeita pelo odioso e violento Begbie (Robert Carlyle).
Um dos segredos de “Trainspotting” é o facto de Danny Boyle não se perder em falsos moralismos, optando por nos oferecer a vida perfeitamente surrealista destes toxicodependentes, não os olhando como farrapos humanos, mas sim como personagens em busca da tão desejada trip perfeita.
O sucesso de “Trainspotting”, de Danny Boyle, um dos mais importantes filmes britânicos da década de noventado século xx, ultrapassou as barreiras da ilha de sua Majestade, como todos sabemos, tornando-se num dos filmes mais vistos e comentados de sempre, oferecendo-nos interpretações memoráveis e uma banda sonora que fez furor na época e se tornou inesquecível, ao mesmo tempo que assistíamos ao nascimento de um cineasta.
Rui Luís Lima
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