quinta-feira, 2 de maio de 2024

John Carpenter - “Vampiros” / “John Carpenter’s Vampires”


John Carpenter
“Vampiros” / “John Carpenter’s Vampires”
(EUA – 1998) – (108 min. / Cor)
James Woods, Daniel Baldwin, Sheryl Lee,
Thomas Ian Griffith, Maximilian Schell, Tim Guinee.

“Vampiros”, de John Carpenter, relata-nos as aventuras de Jack Crow (James Woods), um caçador de vampiros ao serviço da própria Madre Igreja, que usa um arsenal sofisticado na luta contra aqueles que vivem no reino das trevas e, logo na abertura, vamos encontrar o “leade” deste esquadrão a atacar um ninho de vampiros, onde de imediato John Carpenter instaura o seu conhecido “suspense”, desta vez pontuado por uma banda sonora de que é autor, como sucedia amiúde nos seus primeiros filmes, onde temos aquela batida rock, acompanhada por sintetizadores que tão bom efeito tiveram em “Nova Iorque 1997” / “Escape From New York”.


A dita cuja caçada é repleta de sucesso mas, ao contrário do que eles pensavam, “o Mestre dos vampiros” não se encontrava lá, porque vive durante o dia no interior da terra, como iremos descobrir quando nos cruzarmos pela primeira vez com Valek (Thomas Ian Griffith).


Valek, um ex-padre que foi queimado no século XII depois de ter sido exorcizado, irá atacar com toda a sua ferocidade sanguinária o grupo de caçadores na noite em que eles comemoram num motel o sucesso do seu combate, matando todos os elementos do grupo excepto Crow e Montoya (Anthony Baldwin) e uma das raparigas que se encontrava presente na festa, Katrina (Sheryl Lee – a Laura Palmer de “Twin Peaks”), que no entanto será mordida por ele.


Iremos também ficar a saber que os antigos métodos de caça aos vampiros já não se encontram na moda no final do século xx, tanto a cruz como os alhos já perderam o poder que detinham e a única solução continua a ser fazer com que a luz do sol os atinja, fazendo com que eles entrem em combustão como se fossem verdadeiras tochas, terminando por o seu corpo explodir.


Estes caçadores de vampiros, em que pontua James Woods com o seu blusão de cabedal, os seus óculos escuros e a cigarrilha na boca (uma das muitas referências ao “western clássico” surgidas neste filme), possuem uma conta bancária em Monterey onde a igreja lhe faz os respectivos pagamentos ou donativos, se preferirem, das acções que executam. Mas Valek é um ás difícil de descobrir no baralho, sendo o seu poder fora do vulgar e, para o descobrir, Jack Crow irá usar Katrina, porque ela em breve se irá tornar numa vampira e eles comunicam por telepatia, sendo esta forma a utilizada por ele para seguir e descobrir Valek. Por outro lado o cardeal Alba (Maximilian Schell – esse grande actor), irá oferecer a Jack Crow a companhia do padre Guiteau (Tim Guinee), que lhe irá fazer saber que o que procura Valek é a cruz que foi usada durante o exorcismo no século xii, exorcismo esse que falhou, para assim repetir o exorcismo noutra pessoa e recuperar o poder de se movimentar durante o dia, a fim de conquistar o reino da terra.


Já Montoya, que se ocupa de Katrina, irá acabar por se apaixonar por ela, apesar de ter sido mordido por duas vezes pela sua amada, escondendo do companheiro de luta que os seus dias estão contados. Iremos assim assistir a um duelo entre estes três caçadores, um deles por sinal bastante amador (o padre Guiteau), e durante a batalha final irão descobrir que o cardeal Alba tinha feito um pacto secreto com Valek, em busca da imortalidade.


John Carpenter filma as cenas de acção com uma eficácia espantosa. Por outro lado, a forma como foi desenhada a personagem de Jack Crow (James Woods) quase nos leva a dizer que Carpenter inicialmente tinha pensado no seu alter-ego Kurt Russell para vestir a pele do protagonista. “John Carpenter’s Vampire”, oferece-nos o cinema de John Carpenter em toda a sua Magia!

Rui Luís Lima

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