Adrian Lyne
“Infiel” / “Unfaithful”
(EUA / Alemanha / França – 2002) – (124 min./Cor)
Richard Gere, Diane Lane, Olivier Martinez.
Mais de vinte anos depois da realização deste filme, Adrian Lyne regressou aos écrans com a adaptação de um romance de Patricia Highsmith, sendo a película sido baptizada de "Deep Water". As regras do jogo cinematográfico com a chegada da pandemia viraram do avesso a produção cinematográfica e respectiva distribuição, se não acreditam vejam quem é a casa produtora.
Longe vão os tempos conturbados das filmagens de “Cotton Club”, quando Richard Gere se descontrolou a bofetear Diane Lane, numa das cenas do famosos filme de Francis Ford Coppola, tendo a actriz afirmado na época que nunca iria voltar a trabalhar com o famoso actor. “Como águas passadas não movem moinhos” e no cinema nunca se deve afirmar “desta água não beberei”, o realizador Adrian Lyne, que adora fazer filmes polémicos, decidiu convidar Richard Gere e Diane Laine para serem o par de protagonistas deste “remake” norte-americano do famoso filme de Claude Chabrol, “La femme infidéle”, rodado e escrito pelo célebre cineasta francês em 1969, que ofereceu a interpretação feminina a essa brilhante actriz e sua esposa chamada Stephane Audran.
Adrian Lyne, mais uma vez joga com o seu famoso olhar, em busca de um lugar ao sol, mas desta vez conta com o argumento do Mestre Chabrol, e se o filme do francês é inevitavelmente superior “por todas as razões e mais alguma”, este “Infiel” / “Unfaithful” possui em Diane Lane um dos seus trunfos, já que a actriz se entregou de “alma e coração” à película, tendo a sua prestação sido reconhecida pelos seus pares ao ser nomeada para o Oscar e, embora não o tivesse ganho, o seu curriculum ficou muito agradecido. Já Richard Gere encontra-se igual a si mesmo, oferecendo-nos uma interpretação ao seu nível, tornando esta película de Adrian Lyne uma das mais interessantes do realizador.
Rui Luís Lima
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