quarta-feira, 17 de abril de 2024

Francis Ford Coppola - “Tucker – O Homem e o Seu Sonho” / “Tucker – The Man and His Dream”


Francis Ford Coppola
“Tucker – O Homem e o Seu Sonho” / “Tucker – The Man and His Dream”
(EUA – 1988) – (110 min. / Cor)
Jeff Bridges, Joan Allen, Martin Landau, Frederic Forrest, Elias Koteas.

Após a famosa travessia no deserto que foi a caminhada de Francis Ford Coppola, após o desastre financeiro de “Do Fundo do Coração” / “One From The Heart”, o cineasta irá regressar definitivamente ao interior da indústria e com o apoio precioso de George Lucas, decide levar ao grande écran a história de um grande visionário que, tal como ele, foi simplesmente triturado pelo sistema, porque tinha sonhado demais e no mundo em que vivemos os sonhadores terminam sempre por perderem a partida, surgindo depois outros que se apoderam das ideias dos criadores derrotados e as desenvolvem como suas, acabando quase sempre por triunfarem.


A história de Preston Tucker, um visionário do mundo automóvel, que, após o fim da Segunda Guerra Mundial, decide criar o carro do futuro, indo contra as companhias “institucionalizadas” é, na verdade, o espelho perfeito onde o cineasta se revê.


Ao realizar “Tucker – The Man and His Dream”, Francis Ford Coppola estava a escrever a sua própria história no mundo do cinema.


“Tucker – O Homem e o Seu Sonho” conta com Jeff Bridges que, na pele do construtor de automóveis, nos oferece o seu melhor, uma interpretação bem merecedora do Oscar, sendo o discurso final de defesa, feito por Preston Tucker em pleno tribunal, uma sequência verdadeiramente antológica do denominado filme de tribunal.


E como não podia deixar de ser, o tribunal, seguindo o desejo das corporações da indústria automóvel, nega a Preston Tucker o direito da construção em série do seu modelo.


Na realidade o que temos, nas sequências finais de “Tucker – O Homem e o Seu Sonho” / ”Tucker – The Man and His Dream”, é o discurso do próprio cineasta, através da voz do protagonista, seu alter-ego por excelência. Desta forma Francis Ford Coppola, através da sua arte e saber, trava aqui o seu derradeiro combate com a indústria cinematográfica, triunfando em toda a linha.

Rui Luís Lima

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